Ajudantes de ordens permaneceram comissionados em setores.
Um mistério é passível de resultar em minuciosas diligências do Ministério Público Federal em Dourados (MPF), caso sejam demonstrados fatos novos envolvendo o processo judicial que resultou na Operação Purificação desencadeada há dois anos pela Polícia Federal, um dos réus é o ex-secretário municipal de saúde Renato Vidigal. As novas informações a serem levados ao órgão ministerial apontam a permanência dos servidores comissionados Alessandro Martins da Silva no Fundo Municipal de Saúde e o enfermeiro Marcelo Oliveira como adjunto na pasta, ambos são amigos íntimos e fidedignos de Vidigal.
Os Procuradores poderão analisar os motivos pelos quais Alessandro Martins foi exonerado da Secretaria de Saúde no auge das buscas policiais, vindo a ser renomeado posteriormente justamente para atuar como um dos responsáveis pelo Fundo Municipal de Saúde, setor que empenha os pagamentos relacionados a compra de insumos e ampliações prediais nos órgãos da pasta. Ex-patrulheiro mirim, Alessandro desde a gestão do prefeito Laerte Tetila (2004 a 2008) já atuava como servidor comissionado na Prefeitura de Dourados, gerenciando os departamentos de patrimônio e compras da Secretaria de Saúde.
FOTO: Servidor Alessandro Martins desde 2004 está na Prefeitura de Dourados, atuou como patrulheiro mirim e comissionado na Secretaria de Saúde, apadrinhado por prefeitos como Laerte Tetila e Délia Razuk.
Em grau de instrução e alegações finais, o processo da Justiça Federal contra Vidigal poderá requerer que sejam feitas novas diligências policiais na coleta de provas testemunhais e documentais, objetivando demonstrar o lastro probatório acerca da possível existência do crime relativo ao tráfico de influência na Secretaria de Saúde, isso pode ter ocorrido eventualmente após a exoneração de Vigidal da pasta, quando os seus principais ajudantes de ordens vieram a permanecer em funções estratégicas no setor.
FOTO: Marcelo Oliveira, enfermeiro e adjunto na pasta da Saúde, supostamente é amigo pessoal de Vidigal.
O CASO:
Desencadeada em 2019, a Operação Purificação foi executada pela Polícia Federal e com a participação do Ministério Público Federal (MPF) em Dourados, resultou no cumprimento de um mandado de prisão temporária e de mandados de busca e apreensão. A investigação que deu origem à operação comprovou a prática dos crimes de estelionato, uso de documento falso e associação criminosa na contratação de empresa do segmento alimentício para o fornecimento de marmitas para pacientes, acompanhantes e funcionários da Fundação de Serviços de Saúde de Dourados (Funsaud).
O esquema fraudou uma dispensa de licitação e um pregão presencial, ambos no ano de 2017, resultando em contratos da ordem de R$ 2,2 milhões. Entre os alvos da operação, estão empresários e funcionários da Funsaud e da Secretaria de Saúde de Dourados, incluindo diretores. De acordo com a Polícia Federal, o nome da operação faz referência a depurar, expurgar e sanear os processos licitatórios com verba federal no âmbito da Administração Pública de Dourados. (Fonte: MPF-MS/JUsbrasil)
DIRETO DE RESPOSTA:
A redação do Portal MGSnews telefonou na manhã deste sábado ao citados, Alessandro Martins, Marcelo Oliveira e Renato Vidigal, mas as ligações não foram atendidas, ficando o espaço reservado ao direito de resposta constitucional.